Curso básico 10

Técnicas de rappel

Freio oito, blocante e stop

No oito, a corda passa pela argola maior do aparelho, servindo o orifício menor para prendê-lo ao mosquetão de trava. É cômodo e à prova de erro, mas tem a desvantagem de além de distorcer muito a corda, para se tirar ou instalar a corda ao aparelho, você terá que tirá-lo do mosquetão por um breve momento, e poderá deixá-lo cair e perde-lo.

Passando a corda pelo oito e pelo shunt Pelo orifício pequeno = + atrito Na última fig. = Bloqueio

O Dressler (conhecido como Stop) , é um aparelho muito usado por espeleólogos: consiste de duas barras entre as quais são colocadas em série, duas roldanas de metal, fixadas de modo a não girar. A corda, instalada em S, desliza de uma roldana à outra, mas não é preciso desconectar o aparelho da cadeirinha, pois uma das barras se abre para colocar a corda.

Atenção – Considerado um dos aparelhos mais seguros para o Rappel, isto se considera pelo fato de que quando retira-se a mão da alavanca do aparelho, ele se auto trava automaticamente, ficando a pessoa com as duas mãos livres para trabalhar inclusive em um resgate, que o tempo e a liberdade de movimentos são fundamentais.

CUIDADO !!!

Perigo de morte caso manter a alavanca fricçionada e a mão direita sem segurar firme a corda. Para se fazer o Rappel, primeiramente deve-se segurar bem firme a corda com a mão DIREITA, depois tome a posição de desçida, e ai sim deve-se apertar DEVAGAR a alavanca com a mão esquerda, e deixar aos poucos a corda ir escorregando pela mão DIREITA, mas nunca soltá-la de uma vez.

Se quiser travá-lo no meio da descida, primeiro solte a alavanca, depois faça a blocagem conforme a figura abaixo.

Outros cuidados com o rappel

A parte mais enervante do rappel, é iniciá-lo. Para obter uma posição estável é necessário plantar-se com as pernas perpendiculares à inclinação da parede: Numa parede em pé a posição mais estável é quase deitada. Por isso, precisamente no topo, o indivíduo tem que se forçar a inclinar-se para tráz, prêso à corda fixada na sua frente. Em locais em que esta manobra possa parecer absurda ou perigosamente instável, pode-se tentar descer alguns palmos pelo menos, antes de se jogar para tráz e começar a deslizar. Se for uma plataforma, sentar-se a beira da plataforma, lentamente começar a deslizar e simultaneamente girar para dentro, encarando a parede. Um rappel não deve nunca começar com um salto selvagem no espaço: este tipo de acrobacia, não só lança um impacto sôbre a ancoragem, mas também coloca o indivíduo numa posição perigosamente instável.

Uma vez colocado, o indivíduo deve caminhar de costas, suavemente, parede abaixo, sua velocidade de descida mais ou menos a de um passo rápido, sem pular ou jogar impactos súbitos ao ponto de ancoragem. Rappeis de filme, aqueles saltos longos, com freadas súbitas – podem triplicar a carga numa ancoragem, e causar o seu colapso total.

Fazendo o rappel, voçê deve procurar conservar-se numa trajetória próxima da vertical da corda. A não observância deste cuidado simples, pode levar a gravidade a encarregar-se de trazê-lo de volta para a trajetória correta – com um pêndulo brusco – o que por sua vez pode fazer o iniciante soltar as mãos da corda (um erro GRAVE ) ou, perder o contrôle da descida. São as duas mãos em conjunto que mantém o controle do rappel: a mão virada para cima apenas serve de guia – deslizando ao longo da corda, ela mantém o equilíbrio do corpo e ajusta sua posição em relação a parede. Já a mão afastada para baixo (ou um ouco para o lado) tem o contrôle sôbre a velocidade da descida.

A mão pode também travar ou soltar a corda e assim controlar de outra forma a velocidade com que deslize. Evite no entanto que a corda começe a escapar muito rápido pela mão , causando queimaduras. E JAMAIS DEIXE O ESCAPAR DA MÃO correndo o risco de despencar por ela – uma situação difícil de controlar depois.